O glaucoma e a baixa visão 30/07/2020

No Brasil, dados do IBGE de 2010 apontam que mais de 45 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência – motora, visual, auditiva, intelectual ou mental –, dessas, 6 milhões têm baixa visão, e mais de 580 mil são incapazes de enxergar.

Segundo consideração da Organização Mundial de Saúde (OMS), é considerado deficiente visual quem é privado em parte ou totalmente da capacidade de ver. A avaliação deve ser realizada com a correção óptica necessária – miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia – com uso de óculos ou lentes de contato.

Já a baixa visão é definida como o comprometimento do funcionamento dos olhos mas este indivíduo ainda assim é capaz de realizar tarefas usando a visão, de forma planejada.

Uma pessoa que tem visão subnormal apresenta 20%, ou menos, do que é chamado de visão normal. O problema pode existir conjuntamente com uma alteração de campo visual, quando a visão parece estar acontecendo dentro de um tubo (ausência ou diminuição da visão periférica) ou com uma mancha escura no centro da visão (ausência ou diminuição da visão central).

Os indícios de que uma pessoa tem deficiência visual são:
  • Constante irritação ocular;
  • Excessiva aproximação do objeto junto ao rosto, comum quando é preciso ler ou escrever;
  • Apertar os olhos para enxergar melhor;
  • Inclinação da cabeça para enxergar melhor;
  • Dificuldade de enxergar pequenos obstáculos no chão;
  • Olho constantemente trêmulo;
  • Estrabismo;
  • Dificuldade de enxergar em ambientes pouco iluminados.

A Sociedade Brasileira de Visão Subnormal divulgou que 70% a 80% das crianças com diagnóstico de cegueira têm alguma visão útil. Informações da OMS mostram que em países em desenvolvimento a prevalência de cegueira infantil é de 1 a 1,5 para cada mil crianças. A predominância da visão subnormal é três vezes maior.

As causas mais comuns da visão subnormal em crianças são congênitas (desde o nascimento), como casos de coriorretinite macular (inflamação da retina e da coroide) por toxoplasmose, catarata congênita, glaucoma congênito, atrofia congênita de Leber etc. A prematuridade também pode gerar deficiência visual e desencadear visão subnormal.

O diabetes, descolamento de retina, glaucoma, catarata, traumas oculares e degeneração senil de mácula (envelhecimento da retina) são outras causas da baixa visão. A visão subnormal ou baixa visão tem maior incidência em
idosos, mas pode ocorrer em qualquer idade.

A baixa visão tem recursos!

Esses pacientes podem ter a visão residual desenvolvida com tratamento e acompanhamento por profissionais capacitados. As possibilidades de integração social, intelectual e a liberdade de ação serão ampliadas, com auxílio de um especialista e mecanismos adequados.

Os auxílios ópticos e não ópticos mais utilizados no tratamento da baixa visão são adaptados para ampliar a imagem em tarefas para perto como: leitura, costura e escrita. São lentes montadas em lupas manuais ou de apoio, óculos esferoprismáticos, esféricos, asféricos, lupas eletrônicas, adaptação à tela do computador etc.

O objetivo do tratamento é melhorar a qualidade de vida do paciente e dar a ele mais autonomia para suas atividades cotidianas e profissionais usando a visão residual. O oftalmologista é o profissional indicado para diagnosticar e tratar o paciente com baixa visão. Com ele, é importante a atuação de profissionais de diferentes áreas para que o paciente seja reabilitado e incluído na sociedade e no mercado de trabalho por meio da
capacitação e do acesso aos recursos necessários para a atividade profissional deste indivíduo.

Fonte: CBO em revista, Veja Bem | 13 | ano 05 | 2017. Disponível em https://www.cbo.net.br/novo/publicacoes/revista_vejabem_13.pdf

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