A catarata corresponde à opacidade do cristalino que leva ao prejuízo da formação de imagens nítidas na retina (Figura 1). O cristalino é uma lente convergente presente dentro do olho. Nas crianças, a catarata pode comprometer o desenvolvimento visual. Muitas vezes o tratamento cirúrgico pode ser necessário para remover a opacidade.
A cirurgia de catarata nas crianças é delicada, deve ser realizada por um cirurgião capacitado e pode ou não ser implantada uma lente intraocular (figura 2). Mesmo após uma cirurgia bem-sucedida, existe o risco de surgir uma forma de glaucoma adquirido na infância, que é chamado de glaucoma secundário à cirurgia de catarata congênita. Essa é a segunda complicação mais comum que pode ocorrer durante o pós-operatório, e a chance disto acontecer pode aumentar ao longo do tempo.
O mecanismo do seu desenvolvimento ainda não está bem esclarecido. São considerados como possíveis causas:
– Malformação congênita do seio camerular (o “ralinho” do olho) que ocorre associada a carata congênita;
– Alteração da estrutura desse mesmo “ralinho”, secundária ao procedimento cirúrgico;
– O processo inflamatório inerente ao procedimento cirúrgico e a presença de aderências entre as estruturas no interior do olho, impedindo o escoamento do líquido que existe dentro desde (esse líquido é chamado de humor aquoso);
– O uso de colírios contendo corticoide no período pós-operatório, conforme explicado no post anterior.
Sendo assim, é muito importante o monitoramento da pressão intraocular no acompanhamento pós-operatório de cirurgia de catarata em crianças. Os pais devem estar atentos a sintomas como lacrimejamento, aumento do tamanho do olho e sensibilidade à luz, que devem ser relatados ao médico assistente.